O ano era 1997, as vésperas da Copa da França e todas as seleções classificadas para o Mundial se preparavam para a disputa do campeonato mais importante do mundo.Neste ano, foi realizado um torneio amistoso na capital francesa Paris e em outras cidades da França, o Tournoi de France, ou Torneio da França teve a participação de quatro das mais tradicionais seleções mundiais: Brasil, Inglaterra, França e Itália.
Muitos craques estavam no auge de sua carreira, cada seleção tinha seus destaques individuais, a Inglaterra apostava no pé calibrado de David Beckham que atuava pelo Manchester United, no oportunismo do artilheiro Alan Shearer, e no “Golden Boy” Michael Owen. A Itália tinha uma fortaleza na zaga formada por Ciro Ferrara, Maldini, Dino Baggio, Cannavaro e Costacurta, além de um ataque muito perigoso com Vieri e Del Piero. Os franceses apostavam suas fichas em David Trézéguet, Youri Djorkaeff e Zinedine Zidane, além de contar com o ainda jovem Thierry Henry.
O Brasil era a seleção a ser batida, atual campeão mundial, vinha com muita força para conquista do penta, tinha o ataque em que o mundo sonhava em ver, Ronaldo e Romário, e os melhores laterais da época, Cafú e Roberto Carlos, este segundo, foi o pivô de um dos gols mais marcantes do futebol mundial.
O gol aconteceu na partida de abertura do torneio entre Brasil e França em Lyon, no dia 3 de junho de 1997, o jogo estava empatado em 0 a 0, até que aos vinte e um minutos do primeiro tempo, Roberto Carlos se posiciona para cobrar uma falta á 35 metros do gol do goleiro francês Fabien Barthez.
O chute foi extremamente violento, se pega em algum jogador da barreira levaria o pobre infeliz ao chão, se vai por cima da barreira provavelmente a bola iria parar em Atenas, e essas duas possibilidades eram as mais lógicas, mas não foi isso que aconteceu, o camisa 6 do Brasil chutou por fora da barreira e quando todos achavam que a bola passaria longe do gol, a bola pega um efeito extraordinário trazendo-a novamente para o caminho do gol, deixando o mundo perplexo.
Esse gol foi muito comentado durante anos, para os que conheciam a capacidade do Brasileiro cobrar faltas, sabiam que realmente o gol foi daqueles que só acontece uma vez na vida, porém o que ele fez não era de se espantar, pois o lateral uniou a força descomunal com que chutava a bola, com um efeito muito tradicional do futebol, a “trivela“, “três dedos“, “rosca“, assim como preferirem. No entanto, os Europeus, nunca foram convencidos que Roberto Carlos quis fazer aquilo, mas também nunca entenderam como foi possível aquele gol ter acontecido, até que 13 anos depois, cientistas franceses analisaram a trajetória da bola e encontraram uma explicação para o “gol impossível” de Roberto Carlos.
- Nós percebemos que o caminho percorrido por uma esfera girando sempre é em formato de espiral, se não houver interferência da gravidade. Em um campo de futebol essa força é determinante. Mas, com um chute suficientemente forte, como foi o de Roberto Carlos, é possível anular a força da gravidade – explicou o autor do estudo, Dr. Christophe Clanet, da Escola Politécnica de Paris, à BBC News.
Logo a conclusão foi que a curva “impossível” da bola foi na verdade um movimento natural, a impressão da curva “anornal” foi dada pela grande distância do local da cobrança da falta (cerca de 35 metros).
- Se a distância fosse pequena, não veriamos a curva que a bola faz. Mas, com uma distância grande, foi possível ver o movimento natural da bola – disse Dr. Clanet.
Os cientistas revelaram que, se a bola for chutada forte o bastante, com o efeito certo e com uma distância suficiente do gol, é possível repetir o feito de Roberto Carlos. Será que alguém consegue isso novamente ?
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